domingo, 25 de outubro de 2009

Aby Warburg (1866-1929)

Seu nome era Abraham Moritz Warburg, contudo se tornou conhecido como Aby Warburg (Hamburgo, 13 de junho de 1866 - Nova York, 26 de outubro de 1929) foi um historiador da arte alemão, célebre por seus estudos sobre o ressurgimento do paganismo no Renascimento italiano.
É conhecido também pela Biblioteca referencial que leva seu nome e reune uma grande coleção sobre ciências humanas que, ao ser transferida para Londres em 1933, tornou-se a base para a constituição do Instituto Warburg (warburg.sas.ac.uk). Certa feita disse: "Amburghese di cuore, ebreo di sangue, d'anima Fiorentino"
(Hamburguês de coração, judeu de sangue, de alma florentina - segundo Gertrud Bing), seus familiares tinham ascendência judia e era composta de banqueiros, sendo ele o primogênito, lhe competia a responsabilidade de dirigir os negócios da família, mas como não demonstrou grande interesse, seu irmão Max assumiu o encargo, assegurando assim sua estabilidade financeira necessária para se devotar à carreira acadêmica. Estudou em Bonn, Munique, Berlim e Estrasburgo, concentrando-se em arqueologia e em história, mas a medicina, psicologia e história de religião também lhe interessavam como objeto de estudo.
Tratou em sua obra do problema da transição da iconografia antiga à cultura européia moderna, "a volta da vida ao antigo", como ele mesmo dizia. Dedicou-se principalmente ao estudo do Renascimento italiano, e à comprovação da tese de que um paganismo de caráter dionisíaco havia renascido nesse período da história da arte. Sua tese de doutorado foi sobre duas pinturas de Sandro Botticelli, "O Nascimento da Vênus e Primavera". Em 1896, chefiou um estudo etnológico sobre os índios Hopi e Navajo, nos EUA, permanecendo por seis meses entre eles. Em sua viagem à América, documentou os costumes e tradições místicas dos nativos Hopi utilizando-se de fotos e texto, por ocasião do casamento de seu irmão como relata Serge Gruzinski na introdução de sua obra "O pensamento mestiço" (ed. Cia das Letras), inspirado em Warburg.
Em 1897, casou com a escultora e pintora Mary Hertz, com a qual já tinha um relacionamento há dez anos, enfrentando forte oposição de ambas as famílias. Realizaram cerimônia católica, embora Warburg fosse judeu (não-praticante). Ambos tiveram três filhos: Max, Marietta e Frede.
Em uma palestra de 1905, Dürer und die italienische Antike, proferida em Leipzig, expõe seu conceito de Pathosformeln, o princípio da presença na arte européia do gesto expressivo que vem da Antigüidade pagã e de sua inversão: o gesto mais expressivo pode reaparecer transmutado em seu oposto. Em 1912, Warburg é um dos promotores da Conferência Internacional de História da Arte sediada em Roma, é quando ministra uma palestra, considerada o batismo da iconologia. O assunto era a interpretação dos afrescos do Palazzo Schifanoia, em Ferrara, que Warburg consegue relacionar com as tradições astrológicas árabe e indiana. O título da palestra é "Arte italiana e astrologia internacional no Palazzo Schifanoia, Ferrara".
Sua contribuição intelectual e material são inestimáveis tendo sido influenciado por pensadores como Friedrich Nietzsche, por seus professores Karl Lamprecht, Hermann Usener e Richard Semon, Charles Darwin e Jacob Burckhardt. Já ele próprio influencia a obra de Erwin Panofsky, Ernst Gombrich, Francis Yates, Ernst Cassirer, Walter Benjamin, Carlo Ginzburg, Paolo Rossi entre outros destacados pensadores em diversas áreas.

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