terça-feira, 27 de abril de 2010

"1984" de George Orwell

A obra "1984" (Cia das Letras, 2009, Trad. Alexandre Hubner e Heloisa Jahn, 416 págs., R$ 41,00) de George Orwell ou Eric Arthur Blair (seu verdadeiro nome) é junto da "A revolução dos bichos" (1945) sua obra mais conhecida (e considerada a magna) também adaptada para o cinema. E embora persista o equívoco na interpretação simplória e massificada de que esta como suas outras obras sejam um ataque ao socialismo, ele tece as mesmas críticas aos equívocos perpetrados pelos sistemas políticos que, neste sentido, poderiam ocorrer em qualquer ideologia, mesmo aquelas pretensamente declaradas defensoras da democracia. Contudo, devido ao contexto histórico em que a obra foi lançada e em particular, suas representações associadas e em alguns casos de termos e conceitos tornados efetivos, caso mais conhecido do "big brother" oriundo desta obra, é tido como mais como defensor da liberdade individual, do que crítico dos sistemas governamentais políticos totalitários e repressivos que o é Orwell e o são suas obras. O personagem Winston Smith é decerto um destes tipos que da literatura irá antecipar um tipo de homem moderno, insignificante ao mesmo tempo que à serviço do aparato do Estado nos usos e abusos que controladores e perversos, o tornam típico sujeito "orwelliano" desta distopia literária que, por vezes, nos parece cada vez mais real e iminente.

Sinopse:

"Winston, herói de 1984, último romance de George Orwell, vive aprisionado na engrenagem totalitária de uma sociedade completamente dominada pelo Estado, onde tudo é feito coletivamente, mas cada qual vive sozinho. Ninguém escapa à vigilância do Grande Irmão, a mais famosa personificação literária de um poder cínico e cruel ao infinito, além de vazio de sentido histórico. De fato, a ideologia do Partido dominante em Oceânia não visa nada de coisa alguma para ninguém, no presente ou no futuro. O’Brien, hierarca do Partido, é quem explica a Winston que 'só nos interessa o poder em si. Nem riqueza, nem luxo, nem vida longa, nem felicidade - só o poder pelo poder, poder puro.'"

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