terça-feira, 20 de julho de 2010

"Frankenstein" de Mary Shelley

“Acaso, ó Criador, pedi que do barro
Me moldasses homem? Porventura pedi
Que das trevas me erguesses?”

John Milton, Paraiso perdido, X, 743-5


Edição inglesa de Frankenstein, publicada pela Colburn and Bentley em 1831.
Gravura de Theodor von Holst
(1810-1844).



Inspirada em histórias alemãs de fantasmas e em conversas sobre as supostas experiências de animação de matéria morta realizadas por Erasmus Darwin e sobre o galvanismo, a obra do mês relata a história do respeitado Dr. Victor Frankenstein que ambicionava recriar a vida. Contudo, diante da façanha de juntar e animar partes componentes de uma criatura, ele foge de sua criação cheio de terror, revelando-se incapaz de responsabilizar-se pela situação que gerou.
Em um clima permeado pelos primórdios da Revolução Industrial e pela tradição empirista, Mary Shelley (1797-1851) propicia aos seus leitores discussões sobre a natureza da vida e sobre a capacidade racional do homem de controlar o mundo natural e sua própria história através da ciência e da tecnologia. Também é marcante em sua obra a alusão à história cristã da "queda" do homem ao pecado, retratada na destruição moral e física do Dr. Frankenstein, e na perda da inocência e da bondade da criatura, ressaltando-se a tênue fronteira entre o bem e o mal.

Texto original http://www.literature.org/authors/shelley-mary/frankenstein/

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