quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Herman Melville (1819-1891)

Herman Melville nasceu em Nova York no ano de 1819, vindo a falecer na mesma cidade em 1891. Alcançou no início de sua carreira literária uma grande popularidade, devido à publicação de Typpe (1846) e Omoo (1847), ambos romances de aventura que narram a sua experiência e convivência com a tribo Typpe da Polinésia e sua experiência como marinheiro no baleeiro Lucy Ann.

O sucesso dos dois primeiros livros garantiu certa estabilidade financeira para Melville, já acostumado com as dificuldades financeiras desde a morte do pai quando tinha apenas treze anos. No entanto, ao lançar seu terceiro livro, Mardi, em 1849, Melville não alcança sucesso, uma vez que acrescenta a atmosfera melancólica e a análise introspectiva e psicológica na obra, fator que muito desagrada aos seus fiéis leitores, acostumados aos romances de aventura. Em 1850 se muda para uma fazenda com sua esposa e conhece o escritor Nathaniel Hawthorne que mora na fazenda ao lado. Algumas cartas enviadas a Hawthorne nesse período apresentam a desilusão e tristeza de Melville em ser reconhecido apenas por seus romances de aventuras e de exotismos.

Sua obra-prima e um dos maiores romances da história da literatura, Moby Dick, é publicado em 1851 e foi um fracasso de vendas. A  coletânea de contos de Melville, The Piazza Tales, na qual está inserida a obra do mês, Bartleby, é publicada em 1856. No entanto, o conto já havia sido publicado em periódicos três anos antes. Em 1863 o autor volta a viver em Nova York e passa a exercer a função de inspetor de alfândega.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

"Bartleby", de Herman Melville

O conto "Bartebly, o escrivão", escolhido como obra do mês de outubro, foi publicado por Herman Melville na coletânea de contos "The Piazza Tales" (1856, capa ao lado), embora já houvesse aparecido em periódicos três anos antes.

Considerado por alguns críticos como um dos melhores contos da literatura universal, "Bartebly,..." é narrado por um advogado de Wall Street que contrata um jovem escrivão soturno e asseado, o personagem que dá título à obra, para trabalhar como copista de documentos. Após se recusar a conferir um documento, o jovem escrivão começa também a recusar a cumprir uma série de tarefas impostas pelo chefe e até mesmo a deixar o escritório. "I would prefer not" ("Acho melhor não" ou, mais comumente nas traduções, "Prefiro não o fazer") é tudo o que Bartleby tem a dizer, causando assim sérias pertubações na vida de seu chefe, o advogado narrador. 

Grande parte dos críticos percebem nesse conto uma antecipação da temática do "pesadelo da racionalidade" que será exaustivamente trabalhada por Kafka no século XX e também uma antecipação da filosofia existencialista. Outros veem na narrativa a alienação moderna do indivíduo ocasionada pelo trabalho especializado.